Projeto Noleedi será apresentado ao público na 71ª Reunião da SBPC

em 17 de julho de 2019



Coordenador do Projeto Noleedi, prof. Danilo Bandini Ribeiro, observa imagens de geoprocessamento da Terra Indígena Kadiwéu. Foto: Arquivo Projeto Noleedi

A 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) será o local para o lançamento público do “Projeto Noleedi - Efeito do fogo na biota do Pantanal sul-mato-grossense e sua interação com os diferentes regimes de inundação”.

Este ano a Reunião do SBPC tem o tema "Ciência e Inovação nas Fronteiras da Bioeconomia, da Diversidade e do Desenvolvimento Social", este ano será realizado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), entre os dias 21 a 27 de julho. Danilo Bandini Ribeiro, coordenador do Projeto Noleedi, irá ministrar a palestra "Efeitos do fogo na biota do Pantanal sul-matogrossense e sua interação com os diferentes regimes de inundação" no dia 24 de julho (quarta-feira), às 15 horas e 40 minutos, no auditório Cerrado.


O Projeto Noleedi
O Projeto Noleedi é uma iniciativa da UFMS e do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que está pesquisando os efeitos do fogo no Cerrado e Pantanal. O projeto é executado desde janeiro de 2019 na Terra Indígena Kadiwéu, que possui cerca de 540 mil hectares localizados no norte do município de Porto Murtinho, sudoeste de Mato Grosso do Sul.

Noleedi é a denominação para fogo no idioma Kadiwéu. Ao longo de 36 meses o Projeto pretende gerar dados sobre os efeitos do fogo ocorrendo em diferentes épocas (precoce, modal e tardio) na biota da região; verificar a interação dos diferentes padrões de inundação com os efeitos do fogo sobre alguns grupos-chave da biota local; criar de forma cooperativa e com o envolvimento de agentes do Estado, populações tradicionais e pesquisadores um protocolo de manejo do fogo e também um protocolo de avaliação de impactos de incêndios na biota e avaliar o manejo do fogo como uma estratégia de restauração passiva, além de identificar traços que permitam selecionar espécies com potencial para serem utilizadas na restauração de ecossistemas sujeitos ao fogo, de modo a garantir recursos para a manutenção da fauna e o sucesso no recrutamento de novos indivíduos. Também será conhecido o efeito do fogo sobre a reprodução de espécies da flora utilizadas pela comunidade indígena.

Os incêndios naturais são componentes integrais dos ecossistemas e, tradicionalmente, povos indígenas têm utilizado o fogo para manejo das culturas e para caça. Portanto, existe uma demanda urgente de definição da época e intensidade ideais de prescrição do fogo em locais sob diferentes condições ambientais como, por exemplo, regimes de inundação.

A ação do fogo em áreas de inundação ainda é pouco conhecida. A investigação do manejo prescrito do fogo, proposta pelo Projeto Noleedi, considerando a interação com a inundação, poderá avaliar se há um incremento na ciclagem de nutrientes, na regeneração natural das espécies da flora, e qual o seu efeito na fauna. O manejo adequado do fogo, impedindo com que ele passe a ser um elemento degradador, mas que seja um elemento particular deste ambiente, pode ser considerado como uma estratégia de restauração.

Geraldo Alves Damasceno Junior (de agasalho verde) e Alexandre de Matos Martins Pereira (de agasalho amarelo) serão palestrantes da mesa redonda "Fogo, Inundação e Vegetação no Pantanal". Foto: Arquivo Projeto Noleedi


Projeto Noleedi na 71ª Reunião SBPC
O Projeto Noleedi também contará com estande próprio durante todos os dias do evento, onde o visitante poderá conversar com pesquisadores e brigadistas da Terra Indígena Kadiwéu que integram a equipe do projeto, conferir vídeos e áudios, informações de instituições parceiras, além de conhecer artefatos utilizados em campo e o artesanato Kadiwéu.

Além da palestra do professor Danilo Bandini Ribeiro, outros pesquisadores do projeto e integrantes da Terra Indígena Kadiwéu também integrarão mesas redondas, debates e minicursos que tratam de temáticas relevantes ao projeto. Confira:

Mesa-Redonda: FOGO, INUNDAÇÃO E VEGETAÇÃO NO PANTANAL (SBB) (Sênior)
Sexta-feira, 26/7/2019 - das 15h30 às 18h00
Coordenador e palestrante: Geraldo Alves Damasceno Junior (UFMS)
Palestrantes: Alexandre de Matos Martins Pereira (IBAMA) e Edna Scremin-Dias (Fundect-MS)
Multiuso 1 - Bloco 15 - sl. 009

Minicurso: MC-44 - OFICINA DE CERÂMICA INDÍGENA (NEABI/UFMS) (Sênior)
Ministrantes: Antonio Hilário Aguilera Urquiza (UFMS), Viviane Luiza da Silva (UofM) e Creuza Virgílio (AMAK)
Ementa: História da cerâmica indígena de Mato Grosso do Sul contada pelas/pelos palestrantes, com ênfase na correta utilização dos materiais e métodos para confecção dos potes de cada etnia
Público alvo: Geral
FAED - Bloco 08 - sl. de desenho 2
De 22/7/2019 à 25/7/2019 - das 08h00 às 10h00

Encontro: BIOECONOMIA: NOVO PARADIGMA DE DESENVOLVIMENTO PARA MATO GROSSO DO SUL - RESULTADOS E PRÓXIMOS PASSOS - SEMAGRO/GOV MS (UFMS, SEBRAE)
Terça-feira, 23/7/2019 - das 14h00 às 18h00
Coordenadora: Marina Hojaij Carvalho Dobashi (Semagro)
INBIO - Bloco 18 - sl. 215 (2º pav)

Mesa-Redonda: COMO CONSERVAR AS PLANTAS ALIMENTÍCIAS NATIVAS E FORTALECER O DESENVOLVIMENTO LOCAL? (Sênior)
Quarta-feira, 24/7/2019 - das 15h30 às 18h00
Coordenadora e palestrante: Ieda Maria Bortolotto (UFMS)
Palestrantes: Fernanda Savicki de Almeida (FIOCRUZ) e Nathália Eberhardt Ziolkowski (Ecoa)
FADIR - Bloco 03 - sl. 801

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